domingo, 31 de julho de 2011


ESCULTURA DE SANDRA GUINLE - BRASIL-

ENTREVISTA DE STANLEY KELEMAN
Stanley Keleman diz quem é e o que pensa
Insight – O senhor poderia nos falar um pouco de sua técnica e como iniciaram
seus interessas e o desenvolvimento de sua teoria?
Mr. Keleman – Venho praticando e desenvolvendo terapia somática por mais de
30 anos, sendo pioneiro no estudo do corpo e suas conexões com os aspectos
sexuais, emocionais, psicológicos e imaginativos da experiência humana. Através
da minha escrita e da minha fala venho desenvolvendo uma metodologia e um
enquadramento conceitual para a vida do corpo.
Meu pai foi sempre um atleta e sempre me levou aos estádios. Muito cedo,
com 12 ou 13 anos – me liguei em futebol, futebol americano e atletismo. Meu pai
era um conhecido jogador de futebol nos Estados Unidos, o que me fez desejar
ser forte, ter um corpo. Meu pai também era órfão e me interessei por doenças, o
ficar doente etc. Tive uma grande família, falávamos o tempo todo sobre as
pessoas e de como fazem seu caminho no mundo.
Nasci na cidade de Nova Iorque – meus pais eram imigrantes da Hungria e
muito pobres. Eles falavam três ou quatro línguas e eu sempre me confundia.
Assim, aprendi a ler antes de ir para a escola, uma vez que meus pais estavam
aprendendo a ler inglês, e eu também aprendi. Antes dos cinco anos já sabia ler;
isso foi muito forte para mim. E, quando quis ir para a escola, e não havia dinheiro,
consegui bolsas contando com minhas habilidades atléticas.
Sempre fui uma pessoa cheia de imagens e palavras, e andava pelas ruas
de Nova Iorque fazendo histórias e músicas para me divertir. Para mim, estas
duas coisas – não saber todas estas línguas, ter uma boa imaginação e tendo de
farejar o que as pessoas na minha família queriam dizer, isso tudo – construiu em
mim uma forte intuição.
Quando me graduei na área das Ciências Biológicas – e comecei a interagir
com as pessoas -, já sabia que “pessoas precisavam ser saudáveis” e que não
sabiam bem como fazer isso. Alguma coisa não estava certa e eu podia ver que
tinha algo a ver com o corpo e com a linguagem. Foi quando tudo começou. A
partir daí, iniciei minha pesquisa. Fui ao Instituto Alfred Adler buscando
psicoterapia pessoal e cursos sobre o pensamento de Adler, e à Escola de
Pesquisa Social ara aprender sobre as práticas sociológicas, onde aprendi
diferentes filosofias. Fiquei envolvido por diferentes psicologias – encontrei
Alexander Lowen, entre outros psicoterapeutas. E comecei a trabalhar com
artistas.
A primeira coisa que compreendi – e eu tive um entendimento um tanto
especial – foi como trabalhar com o estresse. Li o livro de Hans Selye “A síndrome
geral adaptativa”. Sua teoria diz que todas as doenças no começo são a mesma
coisa, e posteriormente dividem-se em coisas especializadas. Problemas
cerebrais, do coração, do sangue, tudo no começo é igual. Assim, entendi algo
muito importante sobre o padrão de estar sob pressão, como o que faz você
adoecer; então entendi meu pai, minha família, e entendi situações em que as
pessoas se encontram, e desenvolvi uma técnica especial que poderia trabalhar
com isso. Uma técnica física. Isso foi em 1959 ou 60.
Insight – Nos conte um pouco sobre esta técnica
Mr. Keleman – O que descobri naquela época foi que uma pessoa ao apresentar
uma doença apresentava também um corpo contraído, fazia um espasmo, e pude
ver como alinhar as pernas e braços pegando em certos lugares e a pessoa
começava a mudar sua sensação. A esta altura, eu já havia passado pelo meu
treinamento em Quiropraxia (nos Estados Unidos, a Quiropraxia é um curso de
Medicina um pouco mais curto, mas é um curso médico universitário), e minha
técnica consistia em trabalhar com os músculos bem suavemente; entendi que há
um reflexo de contração, sem poder desfaze-lo, e se forçarmos o músculo ele
mesmo cria a resposta. È este o padrão que todas as doenças apresentam no
início. É este o diálogo entre o que estressa o corpo e o próprio corpo. Reconheci
que no sistema muscular há uma contração, e se forçar ainda mais esta contração
ela vai tender a se expandir e todo aquele padrão, então se desorganiza. Isso não
tem nada a ver com relaxar, mas com desorganizar padrões de comportamento.
E quando comecei a fazer isso com dançarinos e com cantores, eles
começavam a chorar e a sentir diferentes emoções; aí, eu disse para mim mesmo:
isto não está afetando apenas o corpo, está afetando as emoções. Eu vi que
caminhavam juntos, e que seria melhor eu saber o que é o corpo emocionalmente,
o que o estressava e como trabalhar com isso.
Insight – Neste momento, o senhor já havia se encontrado com Lowen?
Mr. Keleman – Encontrei Lowen (criador da Bioenergética) cerca de um ano após
o desenvolvimento desta técnica, e já contava com boa prática em Nova Iorque –
com cantores da Metropolitan Opera, grandes estrelas da Broadway -, me
tornando bem conhecido por ser capaz de reduzir o estresse e a tensão.
Insight – O senhor era ainda bastante jovem...
Mr. Keleman – Sim, quando me graduei tinha 25 ou 26 anos, e este
desenvolvimento ocorreu antes dos meus trinta anos de idade. Como disse, eu
mesmo era um artista e um atleta – tinha imaginação, sabia pintar, fazia escultura
em pedras. Já contava com grande número de clientes quando as primeiras aulas
de exercícios bioenergéticos começaram no meu estúdio. Comecei a experimentar
isso com grupos de pessoas – primeiro com dançarinos, depois com os pacientes
de Lowen e as pessoas do Gestalt Institute, que costumavam mandar pessoas
para as aulas de exercícios emocionais que eu fazia com os dançarinos.
É importante dizer que aprendi a técnica bioenergética com Lowen, mas
que antes de meu encontro com ele eu já possuía minha própria compreensão e
técnica fisiológica e emocional, que sempre se mantiveram independentemente da
nossa relação.
Então, já com uma grande prática, fui à Europa para ver o que se passava
por lá. Foi quando encontrei Karlfried Durkheim, que havia escrito um livro sobre o
corpo. Quando voltei, estava mais interessado em psicologia e obtive uma bolsa
para retornar ao Dasein Analytic Institute, em Zurique e na Alemanha, trabalhando
corporalmente com muitos clientes.
Antes disso – havia me esquecido -, em 1954 ou 55 encontrei Nina Bull,
que era um destaque da ciência, uma neurofisiologista muito famosa. Eu me tornei
seu assistente de pesquisa para trabalhos sobre a “vida do corpo”, isso antes de
conhecer Lowen. Ela trabalhava no Colégio de Médicos e Cirurgiões da
Universidade de Columbia e, desde então, passei a conviver com ela, até sua
morte, doze anos depois. Ela me deu a mais poderosa educação em neurofisiologia
e sua relação com o comportamento humano; ela se encontrava mais no
campo científico e era interessada em como as pessoas respondiam ao estresse
emocional com um padrão geral de ação ou comportamento muscular. Ela tinha a
teoria para dar conta disto, a “Teoria Atitudinal das Emoções”. Foi, portanto, uma
influência muito importante no meu pensamento sobre as emoções humanas e a
postura corporal humana como comportamentos neuro-musculares.
Em 1967, voltei aos Estados Unidos, e fui viver na Califórnia com toda esta
bagagem. Fui ao Instituto de Esalem, onde me entreguei ao trabalho do primeiro
programa residencial sobre dinâmica de grupo e seu impacto no comportamento.
Continuei ali outros estudos sobre dinâmica de grupo, e meus estudos filosóficos
em Fenomenologia em Peter Koesterbaum, da Universidade de San Jose. Nesse
contato, desenvolvi com Peter as teorias sobre a morte e o medo da morte, que
aparecem num dos meus primeiros livros Living or dying, que escrevi ao mesmo
tempo que The body speaks its mind (“O corpo diz sua mente”). Ao voltar para a
Califórnia, então, encontrei Lowen e comecei a ensinar, também, a Bioenergética
no Instituto de Esalem, mantendo minhas pesquisas em dinâmica de grupo, que
aplica na minha técnica e nos meus estudos filosóficos.
Então, comecei um outro treinamento anatômico e fisiológico com outros
dois amigos da Universidade da Califórnia, em San Diego – Sheldon Hender, PhDMD
e Richardi Wiesman, Phd -, com trabalhos em biologia molecular e neurofisiologia.
Assim, estabeleci as fundações da anatomia emocional.
Naquele momento, ainda, encontrei Joseph Campbell, o mitologista, e
começamos um programa que se extendeu por 14 anos sobre a mitologia e corpo.
E começamos a estabelecer o que seriam as relações mito e corpo, história e
corpo, como o mito e o corpo estão relacionados. Ao mesmo tempo, pesquisei a
relação entre literatura e corpo, como ambos são o mesmo processo, juntamente
com Richard Weisman. O que o corpo mitologicamente, psicologicamente,
filosoficamente.
Insight – O senhor poderia nos explicar um pouco desta relação?
Mr. Keleman – Acabei de escrever um livro sobre isso. É muito simples, porque as
pessoas ao falarem de como agem, de como se comportam – como heróis ou
como covardes, como estando numa jornada -, dizem como usam o corpo, que
tipo de experiências tiveram. Como Aquiles que teve a experiência da depressão e
da traição na batalha de Tróia, o sofrimento por matar seus amigos. São histórias
emocionais e biológicas. Nós tendemos a vê-las como histórias que apenas têm a
ver com a psique, mas elas mostram como o corpo é usado, como as pessoas
morrem e lutam. É assim que literatura e corpo se ligam.
Com Nina Bull, com Karlfried Durkheim e com Heidegger, comecei a
entender que nós não sabemos como falar filosoficamente sobre o corpo, e
comecei minhas pesquisas nas tradições americanas. Voltei a William James,
Whitehead, John Dewey, para buscar a idéia do que seria o corpo como um
processo. William James, por exemplo, compreendia as experiências como
baseadas no corpo.
Em 1959, percebi que o inconsciente de que falavam os psicólogos era o
meu próprio corpo, e tudo o que eu não sabia sobre mim eu não sabia sobre o
meu corpo. E comecei a investigar isto, inicialmente, observando “como eu estou
andando pela rua, como estou erguendo os pés, e baixando-os, e o que estou
sentindo, e como estou fazendo isso...”. Estava em pé – nunca me esquecerei -,
na esquina da Broadway com a Rua 68, e desci da calçada dizendo para mim
mesmo “vou colocar meu pé para baixo, ver como sinto meu peso” e, de repente,
percebi que estava paralisado, não podia fazer nada e os carros estavam vindo.
Por um momento, reconheci que antes que eu pudesse pensar em fazer qualquer
coisa, pulei de volta para a calçada. Percebi que existem duas partes: uma delas
sabe o que fazer, e a outra tenta descobrir como fazer melhor. Estas são as duas
partes do meu próprio corpo e eu não sabia nada a esse respeito. Aí descobri que
estas duas partes, a automática e a voluntária, quando “conversam” uma com a
outra geram o “sentido de si”.
Isto é apenas um apanhado geral da minha vida. Me casei, tive filhos, uma
vida de 25 anos de casado, criei uma família e continuei meu trabalho; reconheci
que para ser um pioneiro há que ser também uma pessoa comum. Para continuar
a ajudar pessoas, pensando e criando metodologias, eu devia saber como amar
alguém e ser amado, ganhar a vida, ter uma família, tudo isso que faz parte da
aventura de se tornar uma pessoa. Ao longo dos anos, comecei a ver – graças ao
meu background científico e filosófico – que a teoria da evolução era a chave para
entender a natureza humana. O que entendo por teoria da evolução é que o
corpo, enquanto Natureza, procura preservar suas respostas bem-sucedidas, e as
transmite culturalmente ou biologicamente para seus filhos, amigos etc. Alguém
que aprende uma ação a ensina para as outras pessoas; assim, transmite
informações de como usar o corpo; as pessoas estão aprendendo a usar seus
corpos através do modo como outras pessoas o usam, Isto, percebi, é o “insight”
de que toda pessoa está aprendendo a usar a si mesma, e cada pessoa sabe algo
sobre como usar a si mesma. E este é um dos sentidos das interações das
pessoas: como continuamente usar a si mesmas, como crianças, adultos, adultos
mais velhos, ou mesmo próximos da morte.
As pessoas querem saber e aprender como usar a si mesmas e a
manejarem suas vidas, e quando fazem isso sentem-se parte da história da
própria raça humana. Então, ao trabalhar intensamente o corpo, percebi que este
não é uma “coisa”, mas um processo, uma série de eventos que podemos
influenciar, que podemos ajudar a ser melhor ou pior; que podemos influenciar,
que podemos ajudar a ser melhor ou pior; que podemos trabalhar com o nosso
próprio processo para seguir crescendo. Então – o que disse muitas vezes -, nós
todos nascemos com um corpo, fazemos ele crescer e, ao final da vida, se as
coisas vão bem, terminamos por devolver esse corpo através da morte, deixamos
ele desmanchar. Estar corporificado, ter a experiência de dentro do próprio corpo,
aprender como morrer, é essa a história da vida humana. E toda a literatura, e
toda a mitologia, tratam de como viver o próprio corpo e como morrer. Todo meu
trabalho é sobre como ter um corpo, como fazer um corpo humano, como interagir
com as pessoas, como ter um “self” interno e como organizar sua própria morte.
Insight – Quais são seus trabalhos atuais, suas preocupações?
Mr. Keleman – Quando estava na Califórnia, as pessoas me pediam para lhes
ensinar; Lowen me pediu para ensinar alguns membros da sua equipe de
Bioenergética. Percebi que não desejava ser um trainer, porque para treinar
pessoas me parece que se deve ser um “policial” – olhar e supervisionar a todos.
Pensei que teria prazer em educar pessoas. Educar pessoas sobre como usar a si
mesmas, sobre idéias, e ver como elas as usam e ajuda-las cada uma da sua
maneira. Decido ensinar pessoas sobre as idéias, como adaptar estas idéias aos
seus próprio talentos; e não fazer pequenos “Stanleys”. Então, atraio pessoas que
possuem seu próprio trabalho, seus próprios treinamentos e querem aprender
como usar melhor a si próprios e como aplicar as idéias aos seu próprios
trabalhos.
Assim, o Center for Energetic Studies, do qual sou diretor, em Berkeley,
Califórnia, é um instituto de ensino para pessoas que querem aprender os
princípios e como aplica-los em suas próprias disciplinas. São psicólogos,
psiquiatras, advogados, líderes de grupos, assistentes sociais, cirurgiões, artistas,
professores; pessoas que já possuem uma formação. Então posso ensina-los,
mostrar como aplicar o treinamento que possuem e utilizar as minhas idéias sobre
o que é o corpo, como o corpo aprende, o que são as emoções, como estar no
mundo diferentemente, como ensinar as pessoas a aprender com suas próprias
experiências, e não ensina-los a fazer algo como uma máquina. Que o ser
humano quer dirigir sua vida, e procura as ferramentas para isso. É isso que
ensino no Centro, além de possuir alguns amigos que ensino ao redor do mundo,
como aqui no Brasil – Regina Favre e Leila Cohn. São terapeutas que já tem seu
trabalho e incorporam a ele essas idéias, mostrando às pessoas que o problema
humano não é que as pessoas estejam doentes – as pessoas não estão doentes,
não precisam fazer as pessoas doentes -; as pessoas querem aprender como
viver e usar a si mesmas para construir suas vidas. Isso é diferente.
Assim, tenho alguns grupos na América do Sul e outros na Alemanha,
Suíça e Inglaterra. São pessoas das mais diversas procedências, terapeutas ou
não, que desejam entender os princípios biológicos da auto-evolução, como viver
uma vida biológica e como lidar com temas como o casamento, o amor, a morte, a
doença, o crescimento, ter um relacionamento.
Insight – Como o senhor vê o mundo moderno e a vida acelerada dos grandes
centros?
Mr. Keleman – Nossa sociedade, fonte de uma evolução gradual, tem se dedicado
a aliviar a miséria, aliviar o sofrimento da pobreza de alimento, aliviar o sofrimento
da dor, aliviar o sofrimento pelas más condições, a universalizar a educação.
Nossa sociedade tem se organizado a si mesma para usar o cérebro para escapar
das situações de doença e miséria.
Vejo nossa sociedade como numa transição, vindo da agricultura, passando
pela era industrial, até o mundo tecnológico, e que a possibilidade de formar e
organizar o próximo estágio da evolução humana que está reconectando e
aprofundando a vida do corpo e suas relações, está nesta transição. Vejo uma
supervalorização do uso da mente e da necessidade de ser eficiente. Mas esta é
uma situação temporária. Tudo que aprendemos fazemos através do exagero;
depois, reintegramos o aprendizado e o graduamos.
Portanto, vejo que a situação do mundo moderno, apesar de criar
problemas com o distanciamento do corpo e a intensificação da vida, ao mesmo
tempo é capaz de prolongar a vida e a fazer mais rica. O que precisa acontecer no
próximo estágio é a reintegração do que entendemos conceitualmente por
corporal, é ter de volta a nossa experiência pessoal. E acho que estamos vendo
isso, está acontecendo: vemos que o mundo menos privilegiado está preocupado
com o quanto forte e mental necessita ser, e o mundo privilegiado está agora
tentando achar formas de se relacionar normalmente com sua família e consigo
mesmo. Vejo aí uma evolução: a psicologia como biologia – não a psicologia como
a estrutura dos eventos mentais, mas a psicologia de criaturas vivas, tentando
construir uma vida -, está “batalhando” para ajudar as pessoas a corporificar sua
experiência ou, então, perderá sua efetividade no mundo.
Aprender a viver com o próprio processo corporal, aprender a usar o corpo
como uma fonte de conhecimento sobre os mistérios da própria vida, é uma
abordagem contemplativa, é construir uma vida interna subjetiva, é construir o
próprio centro de significado e compartilha-lo socialmente. Esta é uma meta muito
rica e poderosa que já está começando a acontecer. Me sinto muito otimista sobre
como a vida está se reformando a si mesma em muitos níveis; e as pessoas
querem isso, elas vêm isso nos filmes, nos livros sobre a riqueza da interação
humana.
Insight – Gostaria que o senhor nos falasse um pouco sobre sua visão das
psicologias no mundo hoje.
Mr. Keleman – Bem, não me sinto a vontade para falar sobre o que as demais
linhas psicológicas querem, ou para onde estão indo. Apenas sei que as pessoas
estão muito infelizes com o rumo atual da psicologia; possuem muito poucas
opções. O fenômeno de crescimento dos cultos está mostrando, de alguma forma,
que a psicologia fracassou na ajuda às pessoas. A Psicologia Formativa diz que o
ser humano está sempre se formando e se moldando com suas experiências
sociais. Neste processo de se moldar forma uma vida, torna-se capaz de formar
uma vida. Ou seja, o ser humano está interessado em como usar, pensar, agir,
traduzir experiências em ações e significados. Não é uma questão da mente fazer
isso, mas de todo o corpo.
O que surge é que a evolução não diz respeito apenas aos princípios gerais
de como organizamos a nós mesmos e transmitimos experiência enquanto
espécie, mas também como pessoas individuais. A Psicologia Formativa é uma
filosofia que diz que o corpo é capaz de moldar suas próprias experiências e que
podemos aprender com o nosso próprio processo corporal a formar nossas vidas
continuamente, e que vivemos mais de uma forma corporal ao longo da nossa
vida. E há regras, sobre as quais falo em meus livros, sobre como usar a si
mesmo, ensinar a si mesmo como amar, como lidar com a raiva, como ajudar a si
mesmo nas depressões, como reorganizar o ciúme, como reconhecer que possui
algum poder sobre sua via. Ensinamos o quanto mal-educado se é e como
educar-se bem. Existe uma maneira de interagir com sua própria vida
formativamente.
Insight – O senhor, também se utiliza muito da informação visual, não é?
Mr. Keleman – A informação que utilizo é a direta experiência com o corpo, a
direta experiência do corpo com os outros corpos. Pessoas assistem outras
pessoas transformarem sonhos e sentimentos em expressões; aprendem por
outras pessoas a usar a si mesmas, de dentro para fora, e podem aprender a
fazer isso através de alguns métodos. Ensino pessoas a incorporar imagens,
fazendo vídeos, e transformando suas imagens visuais em expressões
emocionais. Escrevo livros para que as pessoas possam usar as palavras para se
ajudarem a utilizar seus corpos de uma maneira que valha a pena. Dou palestras
para ajudar as pessoas a verem como utilizo a mim mesmo – dando palestras e
compartilhando as minhas idéias.
Insight – O senhor poderia nos falar um pouco sobre seus livros?
Mr. Keleman – Escrevi cerca de 12 livros. No Brasil, já foram lançados sete deles,
pela editora Summus – “Amor e Vínculos” (que é a soma de dois trabalhos
originais), “O Corpo diz sua mente”, “Anatomia Emocional”, “Corporificando a
experiência”, “Padrões de distress” e “Realidade somática”. Com isso, quero dizer
que há algo no “mundo” brasileiro que ressoa com as idéias formativas. Quando
vim ao Brasil pela segunda vez, as pessoas com quem falei me surpreenderam
pelo nível intelectual sofisticado – foram 500 ou 700 pessoas de quem recebi
perguntas sofisticadas -; senti, ainda, uma vitalidade enorme que não se acha nos
Estados Unidos ou na Europa. No Rio de Janeiro e em São Paulo senti como que
uma onda de força. Senti aqui o que havia sentido no meu país nos anos 60. Senti
algo como que a onda do futuro crescendo aqui.
Gostaria de dizer que o corpo faz um retrato de si mesmo, como ele está;
sabe se está com fome, se quer fazer algo. E a forma como ele faz isso é tirando
um retrato de si mesmo em ação, e põe esta imagem de si mesmo no cérebro.
Então o corpo “faz” um cérebro – que possui sua própria imagem. A imagem no
cérebro e a imagem do próprio corpo têm uma conversa. E a questão sempre é:
como eu atuo no mundo e comigo mesmo? Devo pegar este pedaço de comida ou
é muito perigoso? Então o cérebro “diz”: esta comida, não a coma, há um tigre ali;
espere e se esconda; quando o tigre for embora você comerá. Isto significa que a
mente está dizendo ao corpo “eu vou satisfazer sua fome, mas você deve ...(...)...
mundo”.
Temos, portanto, ações naturais e ações que nos são sugeridas por nós
mesmos sobre como agir. A mesma conversa acontece – estou ficando mais
velho, estou ficando cansado, eu sou jovem em energia, vamos agir rapidamente,
vamos agir vagarosamente. Quando se verifica que esta conversa é sempre
traduzida por como usar os músculos, como usar suas expressões – usando os
músculos fazemos expressões emocionais e de sobrevivência -, esta é uma
linguagem natural sobre como usar a si mesmo, se formar e crescer. Veja que as
pessoas entendem imediatamente e não demora muito tempo para aprenderem.
Mas a coisa importante nesta história é que o corpo, como um processo
que faz uma imagem de si mesmo, é muito concreto. A mente, que faz uma
imagem do corpo, é apenas uma possibilidade. Somos confundidos com a idéia de
que a imagem do corpo imaterial é mais importante que o corpo materializado.
Dizemos que uma fotografia do corpo é mais importante que o corpo; e isso tem
sido um mal-entendido em psicologia e no mundo ocidental em geral. E, se
minhas palavras significam algo, é que a imagem do corpo no cérebro, e a
imagem cerebral do corpo, se designam para fazer um corpo, e não para
desaparecerem numa imagem. E meu trabalho faz isso: traz o corpo como parte
do estar presente no mundo, para si mesmo e para as outras pessoas.
Endereço para correspondência:
Center for Energetic Studies
2045 Francisco Street – Berkeley – California – 94709 – USA
Esta entrevista contou com o apoio de tradução e revisão da Dra. Regina Favre.
Revista Insight – Psicoterapia
Páginas 04 a 09
Fevereio de 1997.

sábado, 30 de julho de 2011

ARTISTAS/POETAS


MONET-PONTE DE WATERLOO -LONDRES-

MONET-CASAS DO PARLAMENTO- LONDRES-

BIOGRAFIA DE MONET
Claude Monet
(1840-1926)

A exposição realizada em 1874 no estúdio parisiense do fotógrafo Nadar foi pejorativamente qualificada pela crítica como impressionista devido ao quadro de Monet ali exposto, Impressão: o sol nascente, que se acha no Museu Marmottan, em Paris. O nome impressionismo tornou-se corrente e Monet passou a ser considerado chefe dessa escola, uma das mais importantes da história da pintura.
Claude Monet nasceu em Paris, em 14 de novembro de
1840. Quando tinha cinco anos, sua família mudou-se para Sainte-Adresse, perto do Havre, e ali o futuro mestre começou a pintar. Com menos de 15 anos Monet já era conhecido em sua cidade por retratar personalidades importantes.
Duas influências marcantes despertaram-lhe o interesse pela luz e pela cor: descobriu as gravuras do japonês Hokusai e a pintura de Eugène Boudin, que o iniciou na prática, então pouco comum, de realizar estudos da natureza ao ar livre.
Em 1859 e 1860, o jovem pintor esteve em Paris, onde se entusiasmou com a escola de Barbizon, recusou-se a ingressar na Escola de Belas-Artes e preferiu visitar os locais freqüentados pelos inovadores da época.
Passou a trabalhar na Academia Suíça, onde conheceu Camille Pissarro, mas o serviço militar na Argélia interrompeu-lhe a experiência.
Em 1862, Monet voltou a Paris para estudar no ateliê do academicista Charles Gleyre, onde conheceu Frédéric Bazille, Alfred Sisley e Renoir. Levava então vida nômade e de freqüentes dificuldades, apesar do sucesso do retrato de Camille Doncieux, sua mulher, ou de "A varanda à beira-mar perto do Havre" (1866).
Para evitar a guerra franco-prussiana, Monet foi para Londres, onde fez contato com representantes das vanguardas francesas e com o marchand Paul Durand-Ruel, mais tarde seu agente. Foi o tempo de "O Parlamento de Londres" (1871), após conhecer as obras dos mestres ingleses, inclusive Constable e Turner.
De volta à França, Monet instalou-se em 1876 em Argenteuil, à margem do Sena, e realizou suas mais famosas séries, como "A estação de Saint-Lazare" (1877), "Os álamos" (1891) e "A catedral de Rouen" (1892), em que as mesmas cenas foram representadas em horas diversas, em diferentes condições de luz.
Em sua casa em Giverny, também perto do Sena, a partir de 1883 Monet cultivou nenúfares, motivo de seus últimos quadros, como a série "Ninféias", que preludia a arte abstrata, pintada quando o artista já sofria graves distúrbios de visão.
Monet morreu em Giverny, em 5 de dezembro de 1926.
©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.



ORVALHO

Sussurro a palavra orvalho
antes de separar as teias
do sono:
Deixo que me traga o frêmito
das folhas, seu farfalhar
em notas quase inaudíveis
quando a primeira luz acende
o jardim.
Com essa água delicada
escrevo meu poema.

in Roseana Murray, Poemas para ler na escola, ed. Objetiva

sexta-feira, 29 de julho de 2011


O BUDA- BEATRIZ MILHZES -

MOON- BEATRIZ MILHAZES

BIOGRAFIA DE BEATRIZ MILHAZES
Beatriz Ferreira Milhazes nasceu no Rio de Janeiro em 1960. Em 1981 formou-se em Comunicação Social pela Faculdade Hélio Alonso. Antes mesmo de concluir o curso de comunicadora social, em 1980, passou a frequentar artes plásticas na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, onde, alguns anos depois, passou a lecionar e coordenar atividades culturais.
Beatriz faz parte do grupo de artistas conhecidos como a Geração 80. Artistas plásticos que despontaram após a exposição no Parque Lage na década de 1980, intitulada Como Vai você, Geração 80, por terem resgatado a técnica tradicional do uso do óleo sobre tela. Para além deste resgate, Beatriz trouxe novos elementos e inventou novas formas de trabalhar a pintura. Desenvolveu técnica que consiste na aplicação de pintura sobre pedaços de plásticos, sobrepondo uma camada sobre a outra, e desta forma passando a imagem gradualmente para tela. Em seus ateliês - espaço de criação e experimentos-, quando julga pertinente, os mesmos pedaços de plásticos são usados durante longo período. O que lhe permite misturar vestígios de uma forma em diversas telas distintas.
Em 1995, Beatriz resolve fazer um curso com os artistas Solange Oliveira e Valério Rodrigues, espaço de efervescência cultural, procurado pelos talentos que despontavam e se firmavam nessa década. E assim a artista fluminense ganha destaque em mostras internacionais nos Estados Unidos, passando a integrar acervos de museus como MOMA, Guggenheim e Metropolitan, em Nova York, entre outros.
Ao imergir na vida profissional desta artista, algumas características despontam: metódica, disciplinada, concentrada. Características estas que associada a técnica e genialidade resultaram em maturidade que lhe permitiu ter ciência de sua capacidade e equilíbrio nas escolhas e incursões artísticas.
Sua primeira exposição internacional foi em Caracas (Venezuela), em 1993. Sua estrela brilha no exterior e no Brasil e nos anos de 1998 e 2004 participou da Bienal de São Paulo, em 2003, da Bienal de Veneza (Itália) e, em 2006, da Bienal de Xangai (China). Museus na Europa e Estados Unidos expõe suas obras: O Reina Sofia, em Madri e o Metropolitan Museum of Art e MOMA, em Nova Iorque.
Entre outubro de 2002 a janeiro 2003 Beatriz realizou no Rio de Janeiro no Centro Cultural Banco do Brasil a exposição Mares do Sul, porém sua grandiosa exposição no Brasil aconteceu na Pinacoteca de São Paulo no final de 2008. Ocupou a maior sala da Estação. Também realizou intervenções nas janelas do espaço, utilizando materiais translúcidos, manipulando as diversas formas de incidência de claridade sobre as janelas. Em abril de 2009, Beatriz realizou sua exposição individual de maior prestígio na Europa na Fundação Cartier, França, considerado um dos principais centros expositores de arte contemporânea do mundo.
Suas obras remetem a abstrações geométricas, ao mecanicismo. Pinta flores, arabescos, quadrados; com a presença de cores fortes, elemento estruturante de suas obras. Cria formas arredondadas, forjando sinuosidades, movimentos que remetem a sensações de vivacidade. Conduzindo o expectador a um estágio de alegrias e sensações diversas. Rompe com tradições, recria novas maneiras de apresentar, ver e sentir formas, modelos e riscos.
Artista singular teve uma de suas telas “O Mágico”, criada em 2001, vendida por mais de um milhão de dólares, equiparando-se a célebre Tarcila do Amaral com sua obra “Abapuru”. Deve-se acrescentar que esta cifra ainda não foi alcançada por nenhum, outro artista brasileiro vivo. Com o reconhecimento nacional e estrangeiro, seu trabalho passou a ser super requisitadas a ponto de existir enorme fila de espera por uma de suas obras. Apesar da pressão, não muda seu estilo e tempo para criar. Continua produzindo no máximo sete telas por ano.
Beatriz continua buscando desafios, recentemente passou a criar vitrais e intervenções mais incisivas no espaço público. Por todas as façanhas que foi capaz de realizar, Beatriz Milhazes é considerada na atualidade um dos maiores expoentes da pintura contemporânea nacional e internacional.

terça-feira, 26 de julho de 2011



ARTIGO COPIADO DA
REVISTA VIDA SIMPLES

A mente de Jung
O psiquiatra suíço que mergulhou em visões e sonhos e mudou a forma como entendemos a consciência

por Liane Alves

Uma estranha mania
Jung só saiu dessa fase introspectiva no fim da Primeira Guerra Mundial. E de repente surpreendeu-se em um estranho hábito de desenhar mandalas, aquelas figuras abstratas compostas de círculos e quadrados concêntricos. Aos poucos, intuiu que essas figuras eram símbolos da totalidade, da integração e da realização, como as imagens do sol vermelho que ele prenunciou cinco anos antes.
Ao fazer esse mergulho no inconsciente e segundo sua própria teoria, Jung entrou em contato o si-mesmo, o ponto central da psique."Só quando comecei a pintar as mandalas vi o caminho que seria necessário percorrer e cada passo que devia dar.Tudo convergia para um dado ponto, o do centro.Compreendi sempre mais claramente que a mandala exprime o centro, que é a expressão de todos os caminhos: é o caminho que conduz ao centro, à individuação".
A confirmação
Tudo muito bom, muito coerente e integrado, mas havia um problema. Sua teoria foi criada e testada no próprio Jung e em alguns pacientes. Era pouco para uma tese tão revolucionária. Faltava encontrar uma teoria, sabedoria ou tradição que dissesse coisa parecida, confirmando a teoria.Mais uma vez, as imagens o ajudaram. Em 1927, desenhou um palácio dourado dentro de uma mandala e ficou curioso: "Por que essa mandala parece tão chinesa?". Naquele momento, um amigo lhe enviava um estudo sobre alquimia chinesa que - veja só - relatava como uma pessoa poderia atingir a plenitude da consciência pela meditação. No sistema chinês, o símbolo equivalente ao si-mesmo era - puxa vida -um palácio dourado.
Jung só conhecia a alquimia como uma técnica mal-afamada que pretendia transformar chumbo em ouro.Mas o estudo dizia que o processo era interno e que o ouro era apenas uma metáfora para a realização interna."A psicologia analítica (como ele chamava sua proposta terapêutica) concordava singularmente com a alquimia. As experiências dos alquimistas eram minhas experiências,e o mundo deles era, em certo sentido, o meu."
A coincidência significativa do palácio dourado, assim como dezenas de outras que permeavam a vida de Jung, serviram para fundamentar sua teoria da sincronicidade. Coincidências escondem um significado, dizia. Para ele, os conteúdos da psique tinham uma força assombrosa, que poderiam se manifestar exteriormente em formas de coincidências significativas, as sincronicidades. Isto é, para ele, o interno e o externo são bem mais unidos e interdependentes do que a gente pensa.
O psiquiatra suíço também acreditava que o inconsciente "sabia" antes do consciente, pois era dotado de uma sabedoria própria, não lógica, expressa pelos símbolos. Ouvindo o sonho dos seus pacientes, Jung sentia que podia prever alguns acontecimentos, pois acreditava que sabia interpretar a linguagem vinda do inconsciente. "Os sonhos realmente podem revelar situações muito antes de elas acontecerem", escreveu ele."Muitas crises de nossa vida têm uma longa história inconsciente, que pode transmitir a informação através dos sonhos".
O homem é sua obra
Jung morreu aos 85 anos, em 1961, lúcido e coerente. Passou os últimos tempos de sua vida numa casa à beira do lago de Zurique. Teve dezenas de livros publicados, cinco filhos e alguns casos extraconjugais significativos - alguns com suas pacientes. Seus críticos o consideravam muito subjetivo. Condenavam seu casamento com uma rica herdeira e seu interesse pelas pacientes."Já sofri demasiadamente a incompreensão e o isolamento a que se é relegado quando se tenta dizer aquilo que os homens não compreendem", lamentou-se, embora tenha obtido reconhecimento público e várias láureas acadêmicas no final da vida.
Talvez ninguém tanto quanto Carl Gustav Jung tenha vivido suas próprias idéias. "Minha vida e minha obra são idênticas. O que sou e o que escrevo são uma só coisa." Sua autobiografia, Memórias, Sonhos, Reflexões, escrita em parceria com sua discípula Aniela Jaffé, não podia começar de forma mais significativa:" Minha vida é uma história de um inconsciente que se realizou".
Glossário junguiano
EGO - É a identidade pessoal, aquilo que chamamos de "eu". É o centro ordenador do nível consciente, mas representa uma pequena parte da psique, a ponta de um iceberg
PSIQUE - Conjunto dos nívei consciente e inconsciente do ser humano. Sinônimo de mente
SI-MESMO - Centro ordenador da inconsciência e ponto central da psique toda
INDIVIDUAÇÃO - O processo de integração dos níveis consciente e inconsciente. Quando se completa, a psique torna-se una
MANDALA - Símbolo do si-mesmo e da totalidade. Está presente em várias culturas do mundo - os vitrais em forma de rosácea das catedrais góticas são exemplos de mandala
INCONSCIENTE INDIVIDUAL - O nível mais superficial do inconsciente. É pessoal e guarda desejos reprimidos
INCONSCIENTE COLETIVO - O nível mais profundo do inconsciente, onde estão os arquétipos. É comum a toda a humanidade
ARQUÉTIPOS - Conceitos primordiais, comuns a toda a humanidade, mas que recebem roupagens diferentes em cada cultura. O arquétipo da grande mãe, por exemplo, pode ser visto na imagem de Nossa Senhora e em diversas deusas da África, Ásia ou Oceania. Manifestam-se em sonhos e mitos e nas artes

segunda-feira, 25 de julho de 2011


GEORGIA O'KEEFE - PETÚNIA ROXA -

OBRA DE GEORGIA O'KEEFE


GEORGIA O’KEEFFE
(1887/1986)
Nasceu em uma fazenda em Sun Prairie, Wisconsin, EE.UU., sendo a segunda dos sete filhos que seus pais tiveram.
Suas habilidades foram precocemente reconhecidas por seus professores.
Ao terminar o colégio, começou a traçar seu caminho como artista.
Estudou artes em Chicago e em Nova York. Já em 1908 recebeu um prêmio por uma de suas obras. Mas entrou em uma fase de subestimar sua capacidade artística, parando de pintar. Trabalhou como professora, e ao fazer um curso de verão para professores de arte no estado de Virgínia, seu interesse foi renovado. Entrou em contato com as idéias revolucionárias de seus professores e colegas, que acreditavam que o objetivo da arte era a expressão das idéias e sentimentos pessoais e que isso se mostrava através de sua produção.
Georgia fez uma série de desenhos a carvão e enviou a uma amiga, que os mostrou a Alfred Stieglitz, um fotógrafo internacionalmente reconhecido.
Começaram a se corresponder e Alfred a seguir exibiu 10 desses desenhos de Georgia em uma famosa galeria de Nova York. Nesta época ela mudou-se para N.York, e algum tempo depois Alfred e Georgia se casam.
Este se empenhou durante muito tempo em promover o trabalho da esposa, fazendo exposições individuais que eram um grande sucesso e a tornaram reconhecida e aclamada em todo o país, como uma das mais importantes artistas dos EE.UU.
Após a morte do marido O’Keeffe muda-se para o Novo México, onde gostava de passar temporadas a pintar. Lá trabalha incessantemente, inspirada pela paisagem e pela luz.
Nos anos 70 sua vista começa a falhar, fazendo com que ela abandonasse a pintura a óleo. Passa a usar lápis e aquarela e também a fazer peças em argila. Trabalha até 1984. Nesta época sua saúde começa a falhar e O’Keeffe morre 2 anos depois.Tinha então 98 anos de idade, enorme fama e reconhecimento.

domingo, 24 de julho de 2011



GEORGIA O'KEEFE - NORTE AMERICANA -

Tornar-se Si Mesmo
KÁTIA BUENO

Estamos aqui empreendendo uma grande jornada. O grande psicólogo Carl Jung chamou esta jornada de "Processo de Individuação", que é a busca de um indivíduo para tornar-se "Si Mesmo". O renomado mitólogo Joseph Campbell chamou-a de "Jornada do Herói", a jornada em busca de si mesmo e de transcendência, onde o mais importante não é um ponto de chegada ou uma meta a ser alcançada, mas a jornada em si, com todos os seus desafios e aprendizados.

O desejo primordial de toda alma é evoluir, mas ao menos que ela encontre a si mesma, parece que tudo o mais não tem sentido. Este é um caminho que se abre naturalmente em nosso processo evolutivo, quando sentimos um chamado interior para empreender uma descoberta mais profunda de nós mesmos e dar um passo maior em busca da auto-realização.

Nesta caminhada, vamos retirando toda a poeira que encobriu o ouro da nossa alma ao longo de tantas experiências de vida. A poeira que fomos adquirindo porque acabamos “comprando” os valores externos, aceitamos os pré-conceitos, as cobranças sociais... e assim ficamos cada mais longe de nós mesmos, da nossa natureza essencial.

O Ego ilude, seduz, busca aprovação externa; mas nosso verdadeiro poder vem das profundezas da alma/self. Não se trata de ter poder sobre os outros, mas sobre a nossa própria felicidade e destino. O ego existe para nos ajudar a trazer nossos conteúdos inconscientes para a consciência, num processo contínuo de integração e ampliação.

Viver a partir da nossa perspectiva interna é o nosso maior desafio, o grande salto em nossa existência. Para nos ajudar nesta empreitada, contamos com um grande espelho – que é o próprio universo. Os eventos do mundo externo são reflexos do nosso mundo interno. Se tivermos um olhar mais profundo, podemos compreender o aprendizado contido em todas as experiências, mesmo que ele venha disfarçado de desafios, dores ou perdas. Podemos enxergar e integrar na consciência nossos conteúdos sombrios e também todo o ouro da nossa alma.

Quando conseguimos acessar nosso próprio poder, tudo pode ser curado. Quando confiamos na existência, podemos simplesmente ser como uma porta aberta, que nunca se fecha para as infinitas possibilidades da vida.

Nesta caminhada em busca de autoconhecimento, há duas perguntas fundamentais que precisamos descobrir a resposta:

- O que eu realmente quero?
- Será que estou seguindo os passos para realizar o meu propósito neste mundo?

Nós já portamos todas as respostas, mas temos que procurá-las dentro de nós. A nossa bússola de ouro é o nosso coração, que se comunica conosco através da nossa intuição. Ele é o elo entre nós e nossa alma, e também entre nós e a alma do universo.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

APROVEITANDO A DICA DO GOOGLE...


ALEXANDER CALDER - NORTE-AMERICANO- "GUILHOTINA PARA OITO"-
- HÁ ALGO DE MUITO LÚDICO NA OBRA DE CALDER-

Alexander Calder
Escultor norte-americano
22-7-1898, Lawton, Pensilvânia
11-11-1976, Nova York



Durante seus estudos de engenharia e de arte em Paris (1926-1933), Calder entrou em contato com a vanguarda abstrata no campo da pintura e da escultura (por exemplo, Joan Miró, Hans Arp e Piet Mondrian), assim como com as idéias da arte objeto de Marcel Duchamp e Naum Gabos. Inspirou-se nelas para criar uma nova tendência artística baseada nos móbiles, estruturas com movimento elaboradas com arame e peças de metal. Combinando formas surrealistas e orgânicas com elementos construtivistas e cores ricas em contrastes, Calder pretendia proporcionar mobilidade dinâmica ao espaço. Seus objetos, alguns dos quais estruturas monumentais, foram instalados em grande número de lugares públicos e em importantes edifícios modernos de todo o mundo.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

POEMAS/ARTES


-BEATRIZ MILHAZES - ARTE BRASILEIRA-



-PARA HOJE E SEMPRE,INSPIRAÇÃO VINDA DE UM GRANDE HOMEM-

Nascemos para manifestar
a glória do Universo que está dentro de nós.
Não está apenas em um de nós: está em todos nós.
E conforme deixamos nossa própria luz brilhar,
inconscientemente damos às outras pessoas
permissão para fazer o mesmo.
E conforme nos libertamos do nosso medo,
nossa presença, automaticamente, libera os outros.
[Nelson Mandela]

quarta-feira, 20 de julho de 2011



POEMAS DE RUMI
RUMI FOI UM POETA, JURISTA, TEÓLOGO MULÇUMANO
PERSA DO SÉCULO XIII.

VEM,
TE DIREI EM SEGREDO
AONDE LEVA ESTA DANÇA.
VÊ COMO AS PARTÍCULAS DO AR
E OS GRÃOS DE AREIA DO DESERTO
GIRAM DESNORTEADOS.
CADA ÁTOMO
FELIZ OU MISERÁVEL,
GIRA APAIXONADO
EM TORNO DO SOL.

domingo, 17 de julho de 2011

POETAS/ARTISTAS

Tentativa
Cecília Meireles, Obra poética

Andei pelo mundo no meio dos homens!
uns compravam jóias, uns compravam pão.
Não houve mercado nem mercadoria
que seduzisse a minha vaga mão.
Calado, Calado, me diga, Calado,
por onde se encontra minha sedução.
Alguns sorriram, muitos soluçaram,
uns, porque tiveram, outros porque não.
Calado, Calado, eu, que não quis nada,
por que ando com pena no meu coração?
Se não vou ser santa, Calado, Calado,
os sonhos de todos por que não me dão?
Calado, Calado, perderam meus dias?
ou gastei-os todos, só por distração?
Não sou dos que levam: sou coisa levada…
E nem sei daqueles que me levarão…
Calado, me diga se devo ir-me embora<
para que outro mundo e em que embarcação!


PROVÉRBIOS FLAMENGOS- PIETER BRUEGHEL, O VELHO.

Pieter Brueghel, o Velho
Pieter Brueghel, o Velho, foi o primeiro de uma família de pintores famosos. Nasceu cerca de 1525 numa aldeia perto de Breda e veio a falecer em 1569. Estudou pintura com Pieter Coeck, tornando-se mestre da Guilda dos Pintores de Antuérpia em 1551. O primeiro trabalho conhecido é O Porto de Nápoles, pintado durante uma viagem a Itália, cuja paisagem o marcaria profundamente.
Embora as informações biográficas sejam escassas, a sua obra ficou como testemunho da mestria e da originalidade da sua arte. Brueghel conseguiu seguir um caminho próprio, liberto dos cânones tradicionais baseados na arte italiana. O simbolismo e o fantástico da pintura de Bosch terá sem dúvida influenciado as primeiras gravuras (As Sete Virtudes e os Sete Vícios) e as pinturas em que demonstra o interesse pela vida nos campos, não sem uma ponta de ironia. Nestas pinturas representava inúmeros camponeses em plena atividade, mas com o tempo desenvolveu um estilo mais natural e mais sólido, apresentando menos figuras. A Parábola dos Cegos, A Dança do Camponeses e Casamento de Camponeses contam-se entre as últimas obras, e aí a ironia desapareceu, dando mesmo lugar à descrição dos horrores infligidos às povoações em plena época de perseguições. Esta atitude não era isenta de riscos e o pintor teria mesmo destruído algumas obras para proteger a família.
A obra de Brueghel simplificou a realidade para a pôr ao serviço da sua visão do universal, mostrando a tragédia e a sabedoria de fundo popular.

sábado, 16 de julho de 2011

GRANDES ARTISTAS/POETAS

POEMA
CARLOS R. BRANDÃO

"TODA COISA É UM GESTO
E TUDO ENVOLVE O MUNDO
COMO UMA CASA, UMA ÁRVORE
UMA ALMA OU UM POEMA.
TODO O SER É UM SONHO
E POR ISSO HÁ NO MUNDO
E HÁ NO MUNDO QUE HÁ EM TÍ:
O AR E A ÁGUA, A TERRA
O FOGO E O MOVIMENTO."


PICASSO - O VELHO GUITARRISTA -

Pablo Picasso
(Pintor, escultor, desenhista e ceramista espanhol)
25-10-1881, Málaga
8-4-1973, Mougins

Um dos grandes gênios da pintura contemporânea, filho de um professor de Desenho e Pintura, deslocou-se ainda jovem para Barcelona, onde estudou Belas-Artes e pintou seus primeiros quadros de tendência acadêmica, entre os quais se destaca Ciência e Caridade (1897). No início do século XX, partiu para Paris, cidade em que se instalou em 1904 e onde recebeu a influência de Gauguin e Toulouse-Lautrec (período azul, com obras de tema popular, e período rosa, centrado no mundo do circo). Na primavera de 1907, pintou na capital francesa As Senhoritas de Avignon, quadro com que rompe com a profundidade espacial, ao representar as figuras numa simultaneidade de planos, e inicia, assim, seu período cubista. Entre 1908 e 1911, desenvolveu sua fase analítica por meio da decomposição das formas, especialmente de paisagens como as de Horta d'Ebre, ao mesmo tempo que reduz a sua gama cromática aos cinzentos. Em 1912, interessou-se pela técnica da colagem: Natureza Morta com Cadeira de Palha, com que inicia também sua passagem para o cubismo sintético, no qual prevalece a reconstrução do objeto através de seus planos essenciais. Ao mesmo tempo, sua gama cromática amplia-se de novo, como se observa em Natureza Morta Dentro de uma Paisagem (1915). Depois de passar por uma fase realista e outra com influências surrealistas, a guerra civil imprimiu uma marca profunda em sua produção. Assim, o bombardeamento da cidade de Guernica levou-o a criar Guernica, exposto no pavilhão espanhol da Exposição de Paris em 1937, como protesto pela violência sem sentido da guerra, sentimento também expresso no quadro Matanças na Coréia (1950). A partir de 1947, interessou-se especialmente pela cerâmica e pela reelaboração de obras clássicas: Mulheres de Argel, de Delacroix (1955), As Meninas, de Velásquez (1957), ou Merenda Campestre, de Manet (1960).

sexta-feira, 15 de julho de 2011


ADELE BLOCK-BAUER - GUSTAV KLIMT -

Gustave Klimt
(Pintor austríaco)
14/7/1862, Baumgarten, Áustria
6/2/1918, Viena, Áustria



Seduzido pela personalidade extravagante de Gustave Klimt, o cineasta Raoul Ruiz dirigiu o filme "Klimt", com John Malkovitch no papel do artista e Verônica Ferres no papel de sua modelo predileta, Emilie Flöge. O propósito do filme foi retratar a vida do artista cuja pintura sexual e exuberante simboliza o estilo art nouveau da virada do século 19 para o século 20.

Filho de uma família pobre, Gustave Klimt iniciou aos 14 anos seus estudos na Escola de Artes e Ofícios.

Em 1880, abriu com o irmão Ernst um ateliê de painéis decorativos. Realizou seus primeiros trabalhos no Teatro de Karlsbad e no Gurgtheater, numa época em que a arte floral começava a entrar em cena na Europa.

Klimt foi contratado para pintar a escadaria do Museu Histórico de Arte de Viena em 1891. Nessas pinturas, pôde dar uma contribuição pessoal ao estilo decorativo em voga.

No ano seguinte, com a morte do irmão, Klimt desfez-se do ateliê e inscreveu-se na Sociedade dos Artistas Vienenses. Como dissidência dessa sociedade, fundou em 1897 o grupo Secessão. O grupo editava também a revista "Ver Sacrum", para a qual Klimt realizou diversas ilustrações.

Em 1898, o Secessão realizou sua primeira mostra. Com a renda da exposição, Klimt e seu grupo construíram uma sede para o movimento, chamada de "Palácio da Secessão", com projeto de Joseph Olbrich.

Klimt deixou o Secessão em 1905 para unir-se aos pintores austríacos Egon Schiele e Oskar Kokoschka. Realizou várias viagens pela Europa e desenvolveu uma pintura muito própria - ornamental, linear e feminina.

Aclamado pela sociedade vienense, o artista pintou uma série de retratos de mulheres, entre os quais o retrato de Emilie Flöger, modelo com quem teve um envolvimento. Em seus últimos anos, dedicou-se a paisagens e cenas alegóricas, muitas delas inspiradas pelo pequeno castelo que adquiriu perto do lago Atter.

Em 1910, participou da Bienal de Veneza e no ano seguinte recebeu o primeiro prêmio na Exposição Internacional de Roma. Gustave Klimt morreu em 1918, vítima de um ataque de apoplexia.

quinta-feira, 14 de julho de 2011


FAZENDA- JUAN MIRÓ - ESPANHA -

Joan Miró
1893-1983
Contemporâneo do fauvismo e do cubismo, Miró criou sua própria linguagem artística e procurou retratar a natureza como o faria o homem primitivo ou uma criança, que tivesse, no entanto, a inteligência de um homem maduro do Século 20.
Joan Miró nasceu em Barcelona, na Espanha, em 20 de abril de 1893. Apesar da insistência do pai em vê-lo graduado, não completou os estudos. Freqüentou uma escola comercial e trabalhou num escritório por dois anos até sofrer um esgotamento nervoso. Em 1912, seus pais finalmente consentiram que ingressasse numa escola de arte em Barcelona. Estudou com Francisco Galí, que o apresentou às escolas de arte moderna de Paris, transmitiu-lhe sua paixão pelos afrescos de influência bizantina das igrejas da Catalunha e o introduziu à fantástica arquitetura de Antonio Gaudí.
Miró trazia intuitivamente a visão despojada de preconceitos que os artistas das escolas fauvista e cubista buscavam, mediante a destruição dos valores tradicionais. Em sua pintura e desenhos, tentou criar meios de expressão metafórica, ou seja, descobrir signos que representassem conceitos da natureza num sentido poético e transcendental. Nesse aspecto, tinha muito em comum com dadaístas e surrealistas.
De 1915 a 1919, Miró trabalhou em Montroig, próximo a Barcelona, e em Maiorca, onde pintou paisagens, retratos e nus. Depois, viveu em Montroig e Paris alternadamente. De 1925 a 1928, influenciado pelo dadaísmo, pelo surrealismo e principalmente por Paul Klee, pintou cenas oníricas e paisagens imaginárias. Após uma viagem aos Países Baixos, onde estudou a pintura dos realistas do século XVII, os elementos figurativos ressurgiram em suas obras.
Na década de 1930, seus horizontes artísticos se ampliaram. Fez cenários para balés, e seus quadros passaram a ser expostos regularmente em galerias francesas e americanas. As tapeçarias que realizou em 1934 despertaram seu interesse pela arte monumental e mural. Estava em Paris no fim da década, quando eclodiu a guerra civil espanhola, cujos horrores influenciaram sua produção artística desse período.
No início da segunda guerra mundial voltou à Espanha e pintou a célebre "Constelações", que simboliza a evocação de todo o poder criativo dos elementos e do cosmos para enfrentar as forças anônimas da corrupção política e social causadora da miséria e da guerra.
A partir de 1948, Miró mais uma vez dividiu seu tempo entre a Espanha e Paris. Nesse ano iniciou uma série de trabalhos de intenso conteúdo poético, cujos temas são variações sobre a mulher, o pássaro e a estrela. Algumas obras revelam grande espontaneidade, enquanto em outras se percebe a técnica altamente elaborada, e esse contraste também aparece em suas esculturas. Miró tornou-se mundialmente famoso e expôs seus trabalhos, inclusive ilustrações feitas para livros, em vários países.
Em 1954, ganhou o prêmio de gravura da Bienal de Veneza e, quatro anos mais tarde, o mural que realizou para o edifício da UNESCO em Paris ganhou o Prêmio Internacional da Fundação Guggenheim. Em 1963, o Museu Nacional de Arte Moderna de Paris realizou uma exposição de toda a sua obra. Joan Miró morreu em Palma de Maiorca, Espanha, em 25 de dezembro de 1983.
©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.
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quarta-feira, 13 de julho de 2011

Grandes Artistas/Poetas

BRIGA NO BECO
ADÉLIA PRADO


Encontrei meu marido às três horas da tarde
com uma loura oxidada.
Tomavam guaraná e riam, os desavergonhados.
Ataquei-os por trás com mãos e palavras
que nunca suspeitei conhecer.
Voaram três dentes e gritei, esmurrei-os e gritei,
gritei meu urro, a torrente de impropérios.
Ajuntou gente, escureceu o sol,
a poeira adensou como cortina.
Ele me pegava nos braços, nas pernas, na cintura,
sem me reter, peixe-piranha, bicho pior,
[fêmea-ofendida,
uivava.
Gritei, gritei, gritei, até a cratera exaurir-se.
Quando não pude mais fiquei rígida,
as mãos na garganta dele, nós dois petrificados,
eu sem tocar o chão. Quando abri os olhos,
as mulheres abriam alas, me tocando, me pedindo
[ graças.
Desde então faço milagres.

De Bagagem (1976)


LAVADEIRAS - DEGAS -FRANÇA-
EDGAR DEGAS

Nascido em uma família rica, Degas (1834-1917), cujo pai era banqueiro, freqüentou os melhores colégios de Paris e concluiu seus estudos de direito sem dificuldade. Depois inscreveu-se na Academia de Belas-Artes, onde assistia às aulas de Lamothe, que foi aluno de Ingres. Entre os anos de 1856 e 1857, fez uma viagem à Itália, para estudar a obra dos mestres do cinquecento. Voltando à França entrou em contato com o grupo de impressionistas, embora tivesse continuado a se dedicar aos quadros históricos e de gênero. A partir de 1870, interessado nas teorias de seus amigos do café Guerbois, Monet e Renoir, entre outros, fez uma série de quadros de balé, ópera e corrida de cavalos. Todos esses temas lhe permitiram fazer experiências com a cor e o movimento e, principalmente, com a força descritiva do traço, algo que Degas admirava em Ingres.
Nos primeiros quadros, não hesitou em aplicar todas as teorias renascentistas sobre espaço e perspectiva, mas ampliou depois esses critérios, fazendo tentativas com planos e pontos de vista inusitados. O tema principal de suas obras se concentrou nas cenas cotidianas e íntimas do mundo feminino, tendentes à desmitificação da
mulher. Isso lhe valeu críticas e o apelido de solteirão misógino.
De todos os impressionistas, Degas foi, tecnicamente falando, o que melhor se utilizou da fotografia. Também se interessou vivamente pelos quadros de Ukiyo-e japoneses, fato que se reflete ainda mais em suas últimas obras, quando, quase cego, só podia pintar com pastel. Suas obras se encontram nos museus mais importantes do mundo.

terça-feira, 12 de julho de 2011

GRANDES ARTISTAS


PORT MARLY - VLAMINCK -FRANÇA-

VLAMINCK - BIOGRAFIA -

Maurice de Vlaminck foi um pintor francês autodidata, que nasceu no ano de 1876. No início de sua vida se sustentava tocando violino (seus pais eram músicos)e escrevendo romances, porém, já mais velho, partilhou um ateliê com André Derain e sobreviveu da arte.
Vlaminck pintava no estilo fauvista,(fauve=selvagem) pelo qual ficou conhecido. Em seus quadros há a nítida intensificação dos tons. Vlaminck morreu no ano de 1958, já com 82 anos.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

GRANDES ARTISTAS




A DAMA E O UNICÓRNIO
“A Dama e o Unicórnio” é o título de um conjunto de peças tecidas, que formam uma tapeçaria, considerada uma obra-prima da arte medieval na Europa. Estima-se que as peças foram tecidas no final do século XV (por volta de 1490), na Flandres. Foram redescobertas em 1841 por Prosper Mérimée e Georges Sand no castelo de Boussac. Os que teceram as peças casaram todos os elementos com precisão, harmonia e sutileza, formando um conjunto esplêndido. Encontramos sempre as mesmas árvores frutíferas, e cada uma dá frutos de diferentes formas e cores. Os animais – além do leão e do unicórnio (este imaginário) – são comuns (coelhos, raposas, perdizes), mas também exóticos (panteras, leopardos) na Europa. Em todas as peças, as personagens e os animais principais estão numa “ilha” de um azul escuro que contrasta com o fundo vermelho ornado de flores (“mille-fleurs”). É a representação poética de um mundo imaginário que nos leva a sonhar. E sonhar é o que fazemos quando nos deparamos, de repente, com esta obra-prima, “A Dama e o Unicórnio”, numa meia penumbra, e ficamos encantados pela beleza de cada peça, questionando-nos sobre o seu significado profundo. Pessoalmente, sempre admirei a capacidade que o homem tem de produzir coisas tão magníficas. Hoje, “A Dama e o Unicórnio” faz parte do acervo permanente do Museu Nacional da Idade Média, em Paris.

***
AVISO
AS PEÇAS DEVEM SER VISTAS E LIDAS DE BAIXO PARA CIMA


FONTE:BLOG COM O MESMO NOME.



“Para o meu exclusivo desejo”

Esta é a famosa e última peça. Ninguém sabe o seu significado real. O que é este “exclusivo desejo”? Nesta peça, vemos a dama pôr o colar num porta-jóias, o que poderia dizer que ela renuncia aos bens materiais, e, por conseguinte, a ser dominada pelos sentidos. Seria, portanto, a superação das paixões, o livre-arbítrio dos pensadores antigos. Mas esta peça, associada aos cinco sentidos das anteriores, poderia representar o sexto sentido, o sentido do coração, do entendimento.



Tato
Nesta peça, é a própria dama quem segura uma das bandeiras com os brasões, e, com a outra mão, acaricia o chifre do unicórnio. O chifre, no imaginário medieval, possuía muitas virtudes. Na verdade, é um chifre de narval. O próprio unicórnio é aqui representado com corpo de cavalo, cabeça de cabra e o famoso chifre de narval.


Olfato

Aqui, a dama tem nas mãos um colar de flores. À sua direita, há um macaquinho, que dá a chave da alegoria, pois cheira uma flor. O macaco está presente em todas as peças e é, muitíssimas vezes, simbólico.


Visão

A dama está sentada. O unicórnio, em posição submissa, pousa as patas nos joelhos dela, que lhe mostra o seu reflexo num espelho. O unicórnio sorri, demonstrando que é manso. O leão está ao lado esquerdo, segurando uma das bandeiras.



Audição

A dama toca um órgão (portátil). A criada está em pé do lado oposto, apoiando-se no instrumento. O leão e o unicórnio também ornam o centro da figura, mas nesta tapeçaria suas posições estão invertidas - de forma que eles ficam ao centro da composição, segurando as bandeiras com os brasões da família Le Viste. Os animais também ornamentam o topo de cada extremidade do órgão (coisa muito difícil de ver, dado o tamanho da reprodução).



Paladar

A dama pega um doce de um prato que a criada segura. Ambas estão circundadas pelo leão e pelo unicórnio, animal maravilhoso. Os dois animais seguram as bandeiras com os brasões da família Le Viste (originária de Lyon), que encomendou a tapeçaria. As árvores presentes nas peças são o carvalho, o pinheiro e a laranjeira.

domingo, 10 de julho de 2011

Poemas/Artistas


IRMÃOS LIMBOURG-AS RIQUÍSSIMAS HORAS DO DUQUE DE BERRY -

As Riquíssimas Horas do Duque de Berry
O que é um livro de horas?

No final da Idade Média manifesta-se a necessidade de um livro tornando acessível aos leigos certos elementos do breviário utilizado pelos padres. De acordo com este modelo litúrgico desenvolveu-se lentamente, durante o século XIV, um livro de devoções privadas que retoma o papel anterior do saltério.
Apesar das variações de formato e da abundância de ilustração, todos os Livros de Horas são concebidos segundo um mesmo esquema, que, no entanto, sofre exceções: começam com um calendário elaborado exclusivamente em função das festas religiosas. Seguem-se numerosas preces. Estas, compostas em grande parte de salmos, seguem o ritmo cotidiano — as matinas, laudas, prima, tércia, sexta e nôa, as vésperas e as completas escalonam o dia.
O livro de horas foi o best seller da baixa Idade Média, sendo que seu uso sempre ficou limitado à leitura privada, alheia às cerimônias públicas e coletivas. Todos tinham seu Livro de Horas, muitas vezes o único da estante. Mesmo os analfabetos, que decoravam suas orações. Modestos ou suntuosos, exerceram um papel de suma importância social, seja como cartilha para o aprendizado da leitura, seja como símbolo da riqueza de seus possuidores — podiam valer tanto quanto grandes propriedades, até figuravam nos inventários.
Com o Livro de Horas a iluminura alcançou o pináculo da perfeição, assim como um esplendor jamais igualado. Beneficiou-se da conjunção de numerosos grupos de artistas excepcionais com duas ou três gerações de príncipes bibliófilos, opulentos e generosos.
As Riquíssimas Horas do Duque de Berry
O mais conhecido e o mais belo entre os Livros de Horas, foi executado, por encomenda do duque, pelos irmãos Limbourg. O duque e os artistas, porém, morreram antes do término da obra, cujas miniaturas exibem, num colorido luminoso, admiráveis representações da vida cotidiana.
Dentre as originalidades da obra, os especialistas apontam a prioridade dada às paisagens, tratadas com um realismo extremo. Pela primeira vez, a paisagem é vista como um motivo independente: as cenas se desenvolvem sob um céu anilado, em contraste com uma arquitetura perfeitamente delineada. É a descoberta do céu como elemento expressivo e, ao mesmo tempo, a descoberta da superfície da Terra como palco onde se desenrolam cenas da vida cotidiana.
O Mecenas
Conhecido como O Príncipe dos Bibliófilos, João de França, Duque de Berry (1340-1416), filho, irmão e tio de reis de França, não deixou boa lembrança como político e governante. Mas era um profundo apreciador das artes, e possuía imensa fortuna.
Colecionador apaixonado de obras artísticas (colecionava castelos, rubis, avestruzes...) reservava o melhor de seu entusiasmo para os Livros, principalmente os iluminados, que comprava ou mandava copiar e ornar, ele mesmo orientando todas as fases do trabalho, já que dominava os segredos do ofício e era homem de gosto apurado.
Reunindo a seu redor os artistas mais famosos da época, conseguiu formar a mais luzidia coleção particular de manuscritos de todos os tempos, que incluía nada menos que 15 Livros de Horas, 14 Bíblias, 16 saltérios, 18 breviários e 6 missais.
Os IluminadoresDesde o século XII, começaram a instalar-se nas principais cidades européias vários ateliês laicos de iluminura, formados por profissionais que paulatinamente foram arrebatando às comunidades religiosas a edição de manuscritos — pondo fim ao secular monopólio eclesiástico.
As Riquíssimas Horas foram pintadas pelos três irmãos Limbourg — Paul, Hermann e Jean, artistas flamengos contratados pelo duque de Berry por volta de 1405.
Os Limbourg utilizaram uma grande variedade de cores obtidas através de minerais, plantas ou produtos químicos, misturados com goma arábica para ligar a tinta. Entre as cores incomuns que utilizaram estão o verde íris, obtido esmagando-se flores e massicote (óxido de chumbo), o azul ultramarino, feito de lapis-lazuli orientais triturados. Esta cor era usada para representar os azuis brilhantes. Era, evidentemente, de um valor inestimável!
Os detalhes extremamente precisos são característicos do estilo dos Limbourg, que exigia lupas e pincéis finíssimos.(SITE:ESCRITÓRIO DO LIVRO)


DIREITOS HUMANOS
ADÉLIA PRADO


SEI QUE DEUS MORA EM MIM
COMO SUA MELHOR CASA.
SOU SUA PAISAGEM,
SUA RETORTA ALQUÍMICA
E PARA SUA ALEGRIA
SEUS DOIS OLHOS.
MAS ESTA LETRA É MINHA.

sábado, 9 de julho de 2011



POEMA
CARLOS RODRIGUES BRANDÃO


DESENHA, DEUS
NO CADERNO UM ARCO-ÍRIS
ÉS BOM PINTOR, EU CREIO,
UM BOM ARTISTA.
DEPOIS CANTAROLA SETE NOTAS
COMO SE FOSSES MEU DEUS, UM PASSARINHO
DESSES QUE CANTAM QUANDO O SOL VEM VINDO.
SOLETRA MEU NOME DE CRIANÇA
COMO QUEM LÊ NA CHUVA, O VENTO E
DEPOIS ME DÁ A MÃO
COMO A UM AMIGO
E QUE EU TE AME ASSIM, DEVAGARINHO:
COM VELAS E PRECES, PÃO E VINHO,
COMO SE EU FOSSE UM DEUS
E TÚ, UM MENINO.

CARLOS RODRIGUES BRANDÃO
BIOGRAFIA:
Carlos Rodrigues Brandão nasceu no Rio de Janeiro e é licenciado em psicologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro - PUC/RJ. É mestre em Antropologia Social e possui doutorado em Ciências Sociais, com pós-doutorado no Instituto di Etmologia e Antropologia Culturale della Universitá degli studi di Perugia, Itália, e pós-doutorado em História Contemporânea pela Faculdade de Geografia e Historia da Universidad de Santiago, em Santiago de Compostela, Espanha. É especialista em antropologia rural e antropologia da religião, culturas populares, educação rural e educação popular. Atualmente é pró-reitor de Pós-Graduação, Pesquisa e Ação Comunitária da Universidade de Uberaba, Minas Gerais. Exerce também a função de diretor do Centro de Estudos de Agricultura - Ceres, do IFCH da Unicamp, e ainda leciona no curso de doutoramento em Saúde Mental Comunitária, da Universidad Veracruzana do México. Pesquisador do CNPq e consultor, em vários projetos, da Fapesp e Anpocs, tem mais de oitenta obras publicadas.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

POEMAS/ARTISTAS


MARC CHAGALL - LES MARIES DANS LE CIEL DE PARIS -

Marc Chagall
(Pintor francês de origem russa)
7-7-1887, Liosno (próximo de Witsbek, na Rússia Branca)
28-3-1985, Saint-Paul-de-Vence



Autor de obras em que sobressai a fantasia, Chagall é considerado um dos pintores mais célebres e importantes do século 20. Após ter estudado na Academia de S. Petersburgo (1907-1909), viveu na França e nos EUA (1941-1949). Além de pintar, dedicou-se também à ilustração de livros, como a Bíblia, a executar cenários para o teatro e a desenhar vitrais para sinagogas e igrejas. Muitos dos temas de suas obras vêm de suas recordações de infância, de contos, histórias, fantasias, lendas judaicas e cristãs, bem como da arte popular russa. Suas obras seduzem pelo simbolismo imediato que o artista cria em quadros narrativos de grande fantasia. Em muitos de seus trabalhos verifica-se uma renúncia à espacialidade e à perspectiva, e as referências habituais desaparecem numa atmosfera de fábula. Neste contexto, é freqüente encontrarem-se pessoas ou casas em posição invertida ou flutuando no ar. Os motivos estão desenvolvidos com uma alegre ligeireza, que se comunica imediatamente com o receptor. No brilhante colorido dos quadros, observa-se a influência de Robert Delaunay (O Poeta ou as Três e Meia, 1911), apesar de em outras obras se manifestar a presença do cubismo francês. Em finais dos anos 30, pintou quadros de crucificação (Crucificação Branca, em 1938), nos quais parece refletir-se uma premonição do destino que aguardava os judeus europeus. Sua obra dos ultimos anos compõe-se de afrescos e tapeçarias monumentais, mosaicos e vitrais (Metropolitan Opera House, Nova York, 1966; Catedral de Reims, 1972).


POEMA
HELO BARROS


HORIZONTE
TÚ, VASTO VALE
VARRE DO MEU PEITO A VOZ
VOLTEIA FACE
REVOLVE CABELOS
FERE O VERDE DOS MEUS PLANOS
OFEGO
LUFO EM FERIDAS
NA MIRAGEM
VEJO-ME EM VÔO
LEVADA EM ARES.
FLUO E VAZO
FRENTE AOS TEUS VASTOS VALES
AMOR PAISAGEM.

quarta-feira, 6 de julho de 2011


ALDO BONADEI- A LEITURA-

ALDO BONADEI
1906 -1974 (SÃO PAULO)



Iniciou seu aprendizado artístico com Pedro Alexandrino e Antônio Rocco, em 1923, aperfeiçoando-se na Academia de Florença, na Itália, em 1930. De volta ao Brasil integrou o Grupo Santa Helena, fundado por Rebolo Gonzales, em 1935, formado por proletários que aos fins de semana deixavam o ateliê para pintar os arredores de São Paulo. Também fez parte da Família Artística Paulista, de 1936 a 1939.

Considerado pioneiro da arte abstrata no Brasil, já na década de 40 seu trabalho apresentava certas características subjetivas, as quais o artista atribuia à influência que a percepção musical trouxe para a sua pintura.

Concentrou-se em alguns temas, como paisagens, naturezas mortas e flores. No quadro intitulado "Natureza Morta", de 1954, percebe-se a presença diluída de elementos figurativos e a ausência de perspectiva. No ambiente que se integra, tudo é importante para a composição, tudo é motivo de geometrização.

Em "A Leitura", tela de 1950, há solidez de linhas e planos, sem que a cor se sobreponha ao conjunto esboçado pelo desenho, pois o grafismo que modela as formas já é uma característica marcante na produção do artista.

A contradição entre o lirismo e a contenção tanto do grafismo quanto da cor, segundo Mário Schemberg, é encontrada em todas as fases de Bonadei. Em "Flores", percebe-se essa preocupação: apesar do lineamento estrutural e da sobriedade dos tons colocados ao fundo, o artista dá vazão às cores quentes, valorizando a técnica, fazendo-a saltar dentro da composição.

Participou de diversas exposições. Dentre as principais premiações, recebeu o prêmio Viagem ao Estrangeiro, em 1962, no Salão de Arte Moderna de São Paulo.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Grandes Artistas


OBRA DE RENÉ MAGRITTE

René Magritte
(Pintor belga)
21-11-1989, Lessines
15-8-1967, Bruxelas



Magritte entrou em contato, em 1922, com a obra de Giorgio de Chirico, que o influenciou na concepção realista e desagregadora da realidade, depois de formar-se na Academia de Arte de Bruxelas e realizar seus primeiros esboços cubistas. Em Paris desde 1930, desenvolveu sua variante pessoal do surrealismo, reunindo à sua volta um grupo de simpatizantes deste movimento. O desconcerto de suas telas partia do uso de elementos que contrastavam ou se excluíam, sempre representados por um realismo conciso. Um homem de costas contempla-se num espelho; não é seu rosto que se reflete, mas a nuca. A combinação de detalhes absurdos rompe a visão do mundo aparentemente realista, transformando-a em ilusão.
É um dos mais importantes pintores do surrealismo. René-François-Ghislain Magritte nasce em Lessines. Entre 1916 e 1918 estuda na Academia de Belas-Artes de Bruxelas e começa a trabalhar como desenhista de uma fábrica de papéis de parede. Logo se destaca entre os surrealistas belgas e, em 1926, patrocinado pela Galeria de Artes de Bruxelas, torna-se pintor em tempo integral. Produz trabalhos aparentemente incongruentes, como Rape (Estupro), no qual substitui a face por um busto. A primeira exposição individual acontece em 1927, mas não é bem recebida pela crítica. No mesmo ano se muda para Paris e conhece vários surrealistas, como os poetas André Breton e Paul Éluard. Desse período se destacam Tempo Ameaçador (1928) e O Vento e a Canção (1929). Retorna em 1930 para Bruxelas e pinta A Condição Humana (1935). Nos anos 40 experimenta inúmeros estilos, incorporando elementos do impressionismo, mas as pinturas dessa época não fazem sucesso. No último ano de vida supervisiona a construção de oito esculturas de bronze baseadas em suas pinturas. Morre em Bruxelas.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Grandes Artistas


LEDA CATUNDA

Biografia de Leda Catunda

Leda Catunda Serra (São Paulo SP 1961). Pintora e gravadora. Cursa artes plásticas na Fundação Armando Álvares Penteado - Faap, em São Paulo, entre 1980 e 1984, onde é aluna, entre outros, de Regina Silveira (1939), Julio Plaza (1938 - 2003), Nelson Leirner (1932) e Walter Zanini (1925). A partir de 1986, leciona na Faap e em seu ateliê, até meados dos anos 1990. Desde o fim dos anos 1980, ministra também workshops e cursos livres em várias instituições culturais no Brasil e ocasionalmente no exterior. Recebe o Prêmio Brasília de Artes Plásticas/Distrito Federal, na categoria aquisição, em 1990. Em 2003, defende doutorado em artes, com o trabalho Poética da Maciez: Pinturas e Objetos Poéticos, na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo - ECA/USP, com orientação de Julio Plaza. Tem ainda relevante atuação docente, lecionando pintura e desenho no curso de artes plásticas da Faculdade Santa Marcelina - FASM, em São Paulo, entre 1998 e 2005. Em 1998, é publicado o livro Leda Catunda, de autoria de Tadeu Chiarelli, pela editora Cosac & Naify.

domingo, 3 de julho de 2011

Grandes Artistas


ROUPA ESTENDIDA- ELISEU VISCONTI- ARTE BRASILEIRA-

BIOGRAFIA DE ELISEU VISCONTI

Pintor brasileiro de origem italiana (1866-1944). Responsável por introduzir o impressionismo europeu na arte brasileira. Nasce em Giffoni Valle Piana, na Itália. Um ano depois se muda com a família para o Rio de Janeiro. A partir de 1884 estuda no Liceu Imperial de Artes e Ofícios, no qual é aluno de Henrique Bernardelli.
Mostra o resultado de seu trabalho no Salão de Belas-Artes de 1892 e ganha como prêmio uma viagem ao exterior. Vai para Paris, onde freqüenta a École des Arts Décoratifs e expõe a tela Gioventù, em 1900, ano de sua volta ao Brasil. De 1906 a 1913 leciona na Escola Nacional de Belas-Artes, no Rio.
Também participa da decoração do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, inaugurado em 1909. Pinta uma tela de 12 metros por 16 metros para o pano de boca do teatro, em que retrata 200 figuras da literatura e das artes dramáticas, entre elas Verdi, Wagner, Camões, Carlos Gomes e Castro Alves.
Algumas de suas pinturas enfeitam ainda hoje a sala de espetáculos e o foyer do Municipal. Marca a pintura nacional do século XIX como um dos primeiros paisagistas brasileiros. Em sua obra, incorpora a técnica européia às características do país, moldando um impressionismo à brasileira.

sábado, 2 de julho de 2011

POEMAS/ARTISTAS




OBRAS DE GRANDMA MOSES - ARTISTA NORTE-AMERICANA -

Stopping by Woods on a Snowy Evening
by Robert Frost - escritor norte-americano

Whose woods these are I think I know.
His house is in the village though;
He will not see me stopping here
To watch his woods fill up with snow.
My little horse must think it queer
To stop without a farmhouse near
Between the woods and frozen lake
The darkest evening of the year.
He gives his harness bells a shake
To ask if there is some mistake.
The only other sound's the sweep
Of the easy wind and downy flake.
The woods are lovely, dark, and deep,
But I have promises to keep,
And miles to go before I sleep,
And miles to go before I sleep.

TRADUÇÃO
JUNTO ÀS MATAS EM UMA NOITE DE NEVE.
ROBERT FROST – NORTE-AMERICANO.
EU ACHO QUE EU CONHEÇO O DONO DESSAS MATAS
MAS ELE MORA NA CIDADE E NÃO VAI VER-ME PARADO AQUI
OLHANDO SUAS MATAS COBRIREM-SE DE NEVE.
MEU CAVALO DEVE ACHAR ESTRANHO
PARAR AQUI SEM NENHUMA CASA POR PERTO,
ENTRE AS MATAS E O LAGO CONGELADO,
NA NOITE MAIS ESCURA DO ANO.
ELE SACODE SEUS SINOS,
COMO SE PERGUNTANDO SE HÁ ALGO ERRADO.
O ÚNICO OUTRO SOM É O DO VENTO E DOS FLOCOS DE NEVE A CAIR.
AS MATAS SÃO LINDAS, ESCURAS E PROFUNDAS.
MAS TENHO PROMESAS A CUMPRIR
E MILHAS A TRILHAR ANTES DE DORMIR,
E MILHAS A TRILHAR ANTES DE DORMIR.
TRADUÇÃO LIVRE, ADAPTADA E SIMPLIFICADA – ELIANA MIRANZI -