segunda-feira, 11 de julho de 2011

GRANDES ARTISTAS




A DAMA E O UNICÓRNIO
“A Dama e o Unicórnio” é o título de um conjunto de peças tecidas, que formam uma tapeçaria, considerada uma obra-prima da arte medieval na Europa. Estima-se que as peças foram tecidas no final do século XV (por volta de 1490), na Flandres. Foram redescobertas em 1841 por Prosper Mérimée e Georges Sand no castelo de Boussac. Os que teceram as peças casaram todos os elementos com precisão, harmonia e sutileza, formando um conjunto esplêndido. Encontramos sempre as mesmas árvores frutíferas, e cada uma dá frutos de diferentes formas e cores. Os animais – além do leão e do unicórnio (este imaginário) – são comuns (coelhos, raposas, perdizes), mas também exóticos (panteras, leopardos) na Europa. Em todas as peças, as personagens e os animais principais estão numa “ilha” de um azul escuro que contrasta com o fundo vermelho ornado de flores (“mille-fleurs”). É a representação poética de um mundo imaginário que nos leva a sonhar. E sonhar é o que fazemos quando nos deparamos, de repente, com esta obra-prima, “A Dama e o Unicórnio”, numa meia penumbra, e ficamos encantados pela beleza de cada peça, questionando-nos sobre o seu significado profundo. Pessoalmente, sempre admirei a capacidade que o homem tem de produzir coisas tão magníficas. Hoje, “A Dama e o Unicórnio” faz parte do acervo permanente do Museu Nacional da Idade Média, em Paris.

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AVISO
AS PEÇAS DEVEM SER VISTAS E LIDAS DE BAIXO PARA CIMA


FONTE:BLOG COM O MESMO NOME.



“Para o meu exclusivo desejo”

Esta é a famosa e última peça. Ninguém sabe o seu significado real. O que é este “exclusivo desejo”? Nesta peça, vemos a dama pôr o colar num porta-jóias, o que poderia dizer que ela renuncia aos bens materiais, e, por conseguinte, a ser dominada pelos sentidos. Seria, portanto, a superação das paixões, o livre-arbítrio dos pensadores antigos. Mas esta peça, associada aos cinco sentidos das anteriores, poderia representar o sexto sentido, o sentido do coração, do entendimento.



Tato
Nesta peça, é a própria dama quem segura uma das bandeiras com os brasões, e, com a outra mão, acaricia o chifre do unicórnio. O chifre, no imaginário medieval, possuía muitas virtudes. Na verdade, é um chifre de narval. O próprio unicórnio é aqui representado com corpo de cavalo, cabeça de cabra e o famoso chifre de narval.


Olfato

Aqui, a dama tem nas mãos um colar de flores. À sua direita, há um macaquinho, que dá a chave da alegoria, pois cheira uma flor. O macaco está presente em todas as peças e é, muitíssimas vezes, simbólico.


Visão

A dama está sentada. O unicórnio, em posição submissa, pousa as patas nos joelhos dela, que lhe mostra o seu reflexo num espelho. O unicórnio sorri, demonstrando que é manso. O leão está ao lado esquerdo, segurando uma das bandeiras.



Audição

A dama toca um órgão (portátil). A criada está em pé do lado oposto, apoiando-se no instrumento. O leão e o unicórnio também ornam o centro da figura, mas nesta tapeçaria suas posições estão invertidas - de forma que eles ficam ao centro da composição, segurando as bandeiras com os brasões da família Le Viste. Os animais também ornamentam o topo de cada extremidade do órgão (coisa muito difícil de ver, dado o tamanho da reprodução).



Paladar

A dama pega um doce de um prato que a criada segura. Ambas estão circundadas pelo leão e pelo unicórnio, animal maravilhoso. Os dois animais seguram as bandeiras com os brasões da família Le Viste (originária de Lyon), que encomendou a tapeçaria. As árvores presentes nas peças são o carvalho, o pinheiro e a laranjeira.

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